A genética das epilepsias
Iscia Lopes–Cendes
Associate professor, School of Medical Sciences, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Campinas, SP
OBJETIVO: Discutir alguns dos aspectos genéticos clínicos e moleculares de novas descobertas no campo da genética das epilepsias e relacioná–las com indicações importantes para a melhor compreensão dos mecanismos subjacentes a algumas síndromes epilépticas monogênicas.
Até o momento, os genes que codificam as subunidades de canais de sódio e potássio, assim como as subunidades receptoras colinérgicas nicotínicas, foram identificados para epilepsias idiopáticas mendelianas2.
Estes estudos iniciais informaram que o risco de desenvolver epilepsia era de 1,5 a 5 vezes maior para os parentes de pacientes epilépticos do que aquele observado na população geral5,6. Além disso, o risco para os parentes de pacientes com EGI era o dobro daquele observado para pacientes com epilepsia focal
No entanto, a importância das contribuições genéticas às epilepsias focais hoje está estabelecida. As evidências para esta contribuição genética advêm de diferentes desenhos de estudo, como por exemplo: a) estudos de agregação familiar; b) estudos de gêmeos; c) descrições clínicas de famílias; e d) identificação de genes específicos10.
Como foi discutido acima, apenas uma pequena porção das síndromes epilépticas têm um gene causativo identificado, o que representa uma parte muito pequena de todas as epilepsias descritas72. No entanto, há boas chances de elucidar os mecanismos básicos da epileptogênese, especialmente a base genética para a expressão patológica em regiões cerebrais localizadas. É muito interessante observar que, apesar da pressuposição comum que há um efeito genético maior em epilepsias generalizadas, houve mais progresso na localização dos genes para epilepsias focais do que para epilepsias generalizadas.8.
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